sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Empresas exploram novos bairros de São Paulo

Brasil Econômico -


"O mais importante de tudo é que ainda tinha terreno", afirma Fábio Maceira


Com a escassez de imóveis e terrenos nas tradicionais regiões corporativas da cidade, empresas buscam áreas alternativas para instalar suas sedes.

Com bairros com taxa de vacância menor do que muitas das principais cidades do mundo, o mercado corporativo paulistano busca alternativas para instalar seus escritórios.

Enquanto regiões como a Avenida Paulista e a Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini se mostram sobrecarregadas de empreendimentos deste tipo e com valores de aluguéis exorbitantes, áreas próximas à Avenida Doutor Chucri Zaidan e à estação da Luz despontam como os possíveis novos centros empresariais.

O entorno da Chucri Zaidan ainda é considerado como região da Berrini pela Jones Lang LaSalle, mas as pesquisas realizadas pela consultoria imobiliária destacam a chegada de novos empreendimentos a essa região, chamada de Nova Berrini.

Serão 17 novos prédios de escritórios de alto padrão nos próximos anos e isso vai transformar o entorno da Avenida Chucri Zaidan (região delimitada pelas Avenidas das Nações Unidas, Jornalista Roberto Marinho, Santo Arcádio, Rua da Paz e Engenheiro Mesquita Sampaio), que, de acordo com a Jones Lang LaSalle, se tornará o principal pólo comercial de alto padrão da cidade.

A Nova Berrini receberá 650 mil m² de escritórios até 2016, o que representa uma oferta 57% maior do que a da Avenida Paulista e 25% maior que a da Avenida Brigadeiro Faria Lima, hoje a principal área comercial e financeira da cidade e a localização comercial mais cara de São Paulo.

Um dos fatores que têm levado a construção de empreendimentos e a instalação dos escritórios na região da Chucri Zaidan é que os valores de locação são mais baixos. "O mais importante de tudo é que ainda tinha terreno", acrescenta Fábio Maceira, CEO da Jones Lang LaSalle.

A Berrini totaliza 562 mil m², dos quais 37% (205 mil m²) estão neste novo pólo. Como o novo estoque previsto para essa região é de aproximadamente 650 mil m², se somado isso ao estoque existente ele seria maior do que qualquer outra região de escritórios da cidade atualmente.

Se projetados os empreendimentos previstos em outras regiões, este novo pólo seria a segunda maior região, pouco atrás da região Marginal.

"A Monark tinha uma fábrica desativada e a Odebrecht comprou", aponta Maceira. Além dos novos empreendimentos, algumas empresas já fixaram seus endereços por lá há algum tempo.

É o caso da Nestlé, que estava na "velha Berrini" e se mudou para a antiga sede do BankBoston em 2007, próximo à sede da TV Globo e da Dow Química, que ocupa um edifício inteiro de 14 mil m² no Rochaverá. Banco Votorantim, Honda e Amcham são outros exemplos de empresas que têm suas sedes naquela região.

Quanto à região da Luz, Maceira acredita que a região possa ser beneficiada com a revitalização prevista pela prefeitura da cidade de São Paulo. "O plano era de uso misto - residencial e comercial - para que à noite não ficasse como a Berrini, que não tem ninguém. É um jeito eficiente e inteligente de ocupar o espaço", afirma o CEO.

Entretanto, o especialista chama a atenção para a dificuldade de desapropriar os prédios da região. "O problema do ponto de vista da incorporação é fundiário, cada prédio tem uns 100 proprietários. Mas se a prefeitura fizer isso, fica só um proprietário", explica.

Apesar disso, Maceira crê que a região se torne um pólo comercial com a ajuda dos subsídios oferecidos pela prefeitura para as empresas que lá se instalarem, como a devolução de até 80% do valor investido em isenções fiscais. "Acredito que quando a economia melhora, tudo melhora. A expansão econômica vai permitir que as áreas sejam expandidas", diz, otimista.

Mercado imobiliário hoje

De acordo com levantamento da Jones Lang LaSalle, consultoria imobiliária, o mercado de escritórios de alto padrão de São Paulo encerrou o ano passado com taxa de vacância de 8,9%.

O número considerado elevado teve uma ajuda circunstancial. Durante o último trimestre do ano foram entregues cinco novos edifícios que contribuíram para elevar um pouco a taxa de espaços vagos.

No entanto, já está prevista a ocupação total de dois desses novos empreendimentos ainda no início de 2012.

Para 2012, está prevista a entrega de cerca de 593 mil m² de novos empreendimentos de alto padrão na cidade, causando um incremento de 21% no estoque atual da cidade, que é de 2,8 milhões de m².
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