quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Medo faz crescer chamados à Defesa Civil e ao Crea

Agência Globo -


RIO - A tragédia que se abateu sobre a Cinelândia assombra os cariocas a julgar pelo aumento expressivo de telefonemas à Defesa Civil municipal, com pedidos de vistorias; e ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-RJ), com denúncias. A Defesa Civil, por exemplo, que entre 25 e 31 de janeiro de 2011 recebeu 225 ligações, no mesmo período deste ano registrou 877 telefonemas (290% de aumento).

Já o Crea-RJ, que recebia entre três e cinco denúncias/dia antes do desabamento, registrou nos quatro dias seguintes à tragédia 220 telefonemas (média de 55 ao dia). Embora o órgão ainda não tenha refinado o perfil desses pedidos, a diretoria informa que a grande maioria das ligações diz respeito a suspeitas de irregularidades em obras realizadas em imóveis vizinhos. Ainda a maioria das denúncias veio do Centro e da Zona Sul (liderada por Copacabana).

Segundo o Crea, as denúncias são variadas. Vão de rachaduras vistas em casas vizinhas até a invasão de ratos vindos de um imóvel próximo. Porém, devem ser encaminhados prioritariamente ao órgão pedidos de informações ou denúncias sobre obras que possam estar ocorrendo sem responsável técnico.

O engenheiro da Defesa Civil Luiz André Moreira Alves diz que as ligações sempre aumentam quando ocorre uma tragédia no Rio. Segundo ele, o órgão verifica todas as denúncias, mas os atendentes buscam informações com os denunciantes para identificar as prioridades. Um cuidado é esclarecer se a denúncia se refere à falta de conservação do imóvel (como a queda de reboco) ou se há danos à estrutura (o que ocorre com o surgimento de rachaduras, ferragens expostas ou "embarrigamento" de colunas, vigas e lajes:

- Temos que saber se a rachadura é antiga, a localização e posição. Assim, sabemos se é uma emergência e já orientamos a pessoa a sair do imóvel.

Engenheiro percorre prédios que estariam danificados

Conselheiro do Crea-RJ, o engenheiro Antonio Eulalio Pedrosa esteve na terça-feira, a pedido do GLOBO, no entorno dos prédios que desabaram e analisou três deles - 45 e 47 da Avenida Treze de Maio, e o da galeria Treze de Maio, na Travessa dos Poetas - que, segundo leitores, estão deteriorados:

- Embora estejam mal cuidados, os prédios não apresentam fissuras que chamem a atenção. Claro, precisam de vistoria, mas isso é algo que deveria acontecer em todos os prédios - diz ele, destacando que a "paranoia" que surge em relação aos prédios tem um lado positivo:

- A paranonia se transformará em conscientização. Os condôminos farão obras avalizadas por engenheiros.
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